Num mundo cada vez mais orientado por soluções digitais, a forma como concebemos e implementamos sistemas é crítica para o sucesso de qualquer organização. No CCG/ZGDV, as arquiteturas de software e a computação em nuvem têm evoluído com base em abordagens flexíveis, sustentáveis e orientadas à inovação. Francisco Morais, Senior Researcher in Software Engineering, partilha a forma como estas tecnologias estão a ser aplicadas em setores como a indústria, saúde, mobilidade e defesa, revelando o papel estratégico do CCG na construção de soluções digitais inteligentes, resilientes e alinhadas com os desafios do futuro.
Quando falamos de Arquiteturas de Software e Computação em Nuvem, de que forma se caracterizam no contexto do CCG/ZGDV, e como têm vindo a ser desenvolvidas ao longo do tempo?
As arquiteturas de software têm sido tratadas como uma disciplina processual, desde os requisitos de utilizador, mapeamento com arquiteturas de referência, incluindo nuvem, e derivando vistas arquiteturais lógicas até físicas. A computação em Nuvem é integrada via modelos de serviço (Pública, privada ou híbrida), de implantação (IaaS, PaaS, SaaS), usando referenciais como NIST CCRA, e alinhados com a orquestração baseada em contentores. Ao longo do tempo temos desenvolvido conceções mais flexíveis, baseadas em microserviços, utilizando as melhores práticas de conceção baseadas em padrões.
Quais os principais setores de aplicação destas competências, e de que forma contribuem para o desenvolvimento e inovação em cada um deles?
Nos últimos anos temos aplicado estes conhecimentos em grande parte nos sectores industriais de manufactura e processo, como indústria têxtil, madeira, automóvel. Mas também nos sectores da saúde e mobilidade urbana. Começamos a aplicar estes conhecimentos noutros sectores, como agro-indústria, economia azul, aeronáutica e defesa. A inovação tem se conseguido essencialmente pelo desenvolvimento de protótipos e modelos de negócio digitais de modo a aumentar a eficiência e qualidade de produção, pela gestão sustentável de recursos e infraestruturas.
Quais as perspetivas futuras para as Arquiteturas de Software e a Computação em Nuvem, e que papel poderá assumir o CCG/ZGDV na sua evolução e implementação?
O futuro das arquiteturas de software reside no aumento da modularidade, da inteligência e adaptabilidade, impulsionadas por tendências como a integração da IA, edge computing, segurança e sistemas autónomos. A computação em nuvem, por seu lado, aponta também para uma maior descentralização (para o edge), com orquestração adaptativa por IA, serverless (orquestração automatizada) e infraestrutura resiliente a ataques. A sustentabilidade e conformidade regulamentar nomeadamente alinhadas com as políticas da união europeia, por exemplo sobre a soberania de dados ou computação ecológica, também irão influenciar as estratégias de computação em nuvem. O CCG/Zgdv pode desempenhar um papel fundamental ao liderar a I&D aplicada em arquiteturas da próxima geração, desenvolvendo projetos para sistemas adaptativos e nativos na nuvem. Mas também atuar como ponte entre o meio académico, a indústria e a regulamentação, numa evolução comprometida com políticas nacionais e europeias sobre os atos da arquitetura de software.